Radiologia Insdustrial

Neste Topico iremos falar sobre Radiologia Industrial, o que faz, quem pode fazer a especialização e qual e como esta o mercado de trabalho.


Radiologia Industrial: O que é, quais as áreas de atuação e as principais técnicas
A energia nuclear vem assumindo um papel cada vez mais importante no cenário nacional, tanto na geração energética (Angra I, II e em breve III e IV), quanto na área de aplicações.

O uso das radiações ionizantes em medicina, pesquisa e indústria continua crescendo rapidamente no mundo.

Na indústria, a utilização de técnicas nucleares já corresponde a 50% de todas as licenças emitidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para instalações radiativas no país.

Um grande número dessas instalações industriais utiliza fontes radioativas em diversas aplicações durante seu processo industrial, tanto em suas linhas de produção quanto no controle da qualidade de seus produtos finais, sendo empregadas nos mais diversos setores como papel e celulose, siderúrgicas, mineração, indústria automobilística, aeroviária e naval, bebidas e também no setor petrolífero, entre outras.

Áreas de atuação e principais técnicas
A utilização destas fontes como medidores nucleares, permite às indústrias alcançar os rígidos parâmetros exigidos pelo mercado mundial, além de agregar mais qualidade aos produtos. As principais fontes radioativas utilizadas são o Césio-137, Cobalto-60, Amerício-241, Estrôncio-90, Criptônio-85 e Promécio-147. Medições on line de nível, densidade, umidade, peso, espessura e gramatura são amplamente realizadas utilizando fontes radioativas.

Na industria de papel, por exemplo, que opera com medidas padronizadas, a utilização de técnicas nucleares garante que todas as folhas tenham a mesma gramatura. Na indústria de bebidas, as fontes de Amerício-241 vêm garantindo que as latinhas de cerveja e refrigerantes cheguem até nós com o nível correto. Na construção de estradas são utilizados medidores de densidade e umidade de solos.

No setor petrolífero, as técnicas nucleares são utilizadas na perfilagem de poços de petróleo que consiste na medida e registro contínuo de determinados parâmetros ao longo das paredes de um poço. Para isto, utiliza-se uma sonda de medição que é introduzida progressivamente na perfuração. A interpretação de gráficos resultantes ajuda a determinar a localização, quantidade e produtividade de óleo e gás do poço. Nestas sondas utilizam-se fontes radioativas de Césio-137, Cobalto-60 e Amerício-Berílio-241.

A radiografia industrial é uma das técnicas nucleares mais empregadas na indústria, pois este tipo de ensaio não destrutivo assegura a integridade de vasos de contenção, caldeiras, tubulações e soldas em dutos onde serão aplicadas altas pressões para o transporte de produtos como gases, óleos, entre outros. Esta técnica é considerada de importância vital na segurança e qualidade, tanto de produtos quanto do meio ambiente, para trabalhadores e público em geral. A radiografia normalmente é realizada através da radiação X ou radiação gama. Esta segunda alternativa é conhecida com gamagrafia, visto que são usadas fontes que emitem radiação gama. Em 90% das gamagrafias, a fonte utilizada é o Iridio-192, mas também existem outras fontes como o Selênio-75 e Cobalto-60. A gamagrafia industrial foi utilizada, por exemplo, em praticamente toda a extensão do gasoduto Bolívia-Brasil.

A irradiação industrial é outra importante aplicação das técnicas nucleares na indústria. Ela é usada, por exemplo, para aumentar a durabilidade de produtos como fios e cabos elétricos ou para esterilização de produtos médico-hospitalares, como seringas, luvas, cateteres, agulhas, implantes, suturas, cremes, cosméticos, etc. O setor gemológico utiliza a irradiação no beneficiamento de pedras preciosas, na indução de cor de topázio, quartzo, diamantes, citrilos e ametistas. Museus e bibliotecas também já podem se beneficiar com a irradiação de obras de arte e livros, com o propósito de preservação e conservação.

A irradiação de alimentos é um processo físico de tratamento comparável à pasteurização térmica, ao congelamento ou enlatamento. O processo envolve a exposição do alimento, embalado ou não, a um dos três tipos de energia ionizante: raios gama, raios-x ou feixe de elétrons. Isto é feito em uma sala ou câmara especial de processamento por um tempo determinado. A fonte mais comum de raios gama utilizada é o Cobalto-60. A irradiação esteriliza os alimentos pela ionização do DNA dos microorganismos, que, por sua vez, são reduzidos ou completamente eliminados. Os processos de amadurecimento ou apodrecimento dos alimentos é retardado ou totalmente paralisado. Doenças como E.Coli, Listeria, Campylobacter, Cólera, Aftosa, Tricnose e Salmonellose além de pragas como ovos, larvas, pulpas ou insetos adultos são totalmente exterminados. A ionização é o único processo de preservação de alimentos que permite que todos estes efeitos sejam obtidos simultaneamente.

Ao contrário das técnicas convencionais, alimentos irradiados podem ser consumidos imediatamente após a ionização. Entre suas aplicações estão também a descontaminação de especiarias, produtos fitoterápicos e a eliminação de insetos que infestam e causam danos aos grãos armazenados. A carne de frango grelhada é um bom exemplo de aplicação. Depois de assada, a carne é colocada em uma embalagem especial e irradiada. Esse processo permite que o produto fique por até cinco anos em prateleiras, sem a necessidade de ser colocado na geladeira. O feijão e o arroz que normalmente começa a deteriorar-se a partir de 18 meses pode ser conservado por quatro anos, a farinha de mandioca de 120 dias para quatro anos, o mamão de 15 dias para quatro meses, o alho de três meses para 12 meses.

Existem ainda diversas outras aplicações, como a de traçadores radioativos na determinação de vazamentos e tempo de trânsito em estações de tratamento de esgotos, barragens, represas, lagoas, reatores químicos; detectores de fumaça; irradiação de semicondutores; tratamento de efluentes industriais e lixo hospitalar; modificação de materiais poliméricos compósitos, entre outros.


Especialização
Para se especializar na área, o profissional deve ter conhecimento dos equipamentos e acessórios, das aplicações industriais, dos princípios físicos dos métodos, análise e interpretação de resultados, END, capacitação técnica, filmes e Ecráns Industriais, parâmetros radiográficos, avaliação da qualidade da imagem, técnicas radiográficas, normas e códigos e a radioproteção industrial aplicada.

Somente realizando um curso com professores de reconhecida competência na área da Radiologia Industrial que um técnico pode se especializar na área. O curso, além de possuir autorização da Secretaria de Educação, deve também atender a resolução nº 21/2006, do CONTER Sem tais itens, o profissional não terá a especialidade reconhecida pelo sistema CRTR/CONTER.

Fonte: http://www.radiologiaindustrial.com/